o prazer da mesa

Mini-localidade (não chega a ser um sítio na rede) dedicada ao ténis de mesa nas sua múltiplas vertentes. Divulgação altruísta e exibicionismo vão de um praticante do INATEL que também é jornalista.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

A fuga à “lanterna vermelha”




Bolas! A coisa esteve feia!

O grande objectivo da época para o par Jorge Roxo/Luís Graça é a fuga à “lanterna vermelha”, ao “carro-vassoura”, ao último lugar do campeonato, como lhe queiram chamar. Se é preciso definir objectivos para a época, este é o nosso, inalcançáveis e utópicos que se nos afiguram os outros.

Na sexta-feira, num pavilhão do Inatel bem mais quente do que em jornadas anteriores (a chuva afastou um bocadinho o frio), defrontámos o pior par da Siemens, constituído por Paulo Gomes e Armando Reis. Duelo importantíssimo na fuga à “lanterna vermelha”.

Tanto Jorge Roxo como Luís Graça nunca tinham defrontado os adversários em singulares ou pares, por isso estava tudo em aberto neste choque de anti-titãs.

Início tremendamente mau do nosso par quase deu a vitória à dupla da Siemens no primeiro set. O resultado chegou a ser-nos desfavorável por quatro ou cinco pontos. No entanto, uma boa recuperação levou-nos a vencer por 13-11. Estava dado o mote. Não podia haver desconcentrações.

O pior é que estávamos completamente frios (chegámos em cima da hora) e desconcentrados. Se tínhamos jogado mal no primeiro set, os dois seguintes foram do pior que já mostrámos ao longo das nossas longas carreiras mesa-tenísticas. Luís Graça falhou três serviços neste encontro (um deles com a bola a ir directamente para baixo da mesa, outro a bater no lado errado e outro a sair largo), mais do que em todos os compromissos anteriores.

E se ainda conseguiu bastantes pontos directos quando Armando Reis recebia, o duelo particular com Paulo Gomes estava a correr bastante mal. Paulo Gomes não acusava os serviços de Luís Graça (que variava sem grandes resultados) e colocava-lhe bastantes dificuldades na recepção, que esteve verdadeiramente desastrosa.

Em resumo, nada funcionava. Nem o smash de direita, nem o bloco, nem a recepção. Quando olhámos para o marcador, os nossos adversários estavam à frente por 2-1, com vitórias nos segundo e terceiro sets por 11-3 e 11-7.

Nesta altura o sr.Dâmocles estava com a sua espada em cima da nossa cabeça, o sr.Aquiles esfregava-nos os calcanhares com Reumon Gel e o sr.Ajax proclamava a quem o queria ouvir: “Isto está a ser uma limpeza da Siemens que só visto. Eles são os mais poderosos!”.

Lá fomos para a mesa sem saber muito bem o que fazer, enquanto os “siemensenses” Carlos Cagica e José Carvalho iam moralizando os seus companheiros e fornecendo-lhes algumas instruções para acabarem de nos enterrar. Mas se o Luís Graça tem um feitio mais maleável, o Jorge Roxo teima bastante e enquanto tiver um bocadinho da cabeça de fora resiste ainda e sempre ao invasor.

(Esta linguagem deve ter sido directamente influenciada pelo facto de ter assistido à curta-metragem “Morrer”, de Diogo Camões, no festival de curtas-metragens promovido pelo Instituto Franco-Português)

Já com os fantasmas da derrota a agitarem a “lanterna vermelha”, Roxo/Graça lá se conseguiram concentrar um bocadinho mais e ganharam o quarto set por 11-4.

Intervalo para beber água (pormenor que irrita sobremaneira Jorge Roxo, não se sabe bem porquê) e regresso à mesa para a “negra”. E que regresso! Quando trocámos de extremos, o resultado estava em 5-2 para o par da Siemens. Chegou ainda ao 8-6. A coisa estava mesmo preta, e não era por se estar a disputar a “negra” ou por algum dos adversários ser originário do continente africano.
Num último esforço, lá empatámos a 8 e passámos para 10-8, dispondo de dois “match-points”. Um deles desperdiçado por Luís Graça com um smash capaz de enternecer as pedras da calçada. Uma coisa verdadeiramente de ir às lágrimas. Uma vocação natural para a incompetência. Do 10-8 para o 10-10 foi questão de dez segundos, ou coisa assim.
Finalmente, lá ganhámos o jogo por 13-11, conseguindo a segunda vitória da época de Pares. Mas a outra não deve ser contabilizada, porque o par do Totta/Santander desistiu.





Conseguido que estava o nosso grande objectivo da noite, subimos imenso de rendimento com um par que está num patamar bem acima do nosso. Carlos Cagica/José Carvalho venceram por 3-0 (11-9, 13-11, 11-4) num encontro que apresentou dois sets equilibrados, embora a superioridade adversária nunca estivesse em causa.
Mesmo assim, entrámos a ganhar por 4-0, permitindo a reviravolta para 4-8 e recuperando depois para 8-9. No segundo set dispusemos mesmo de um set-point desperdiçado. E no terceiro veio naturalmente ao de cima a maior valia do adversário.
A exibição de Carlos Cagica foi determinante no resultado. A José Carvalho ainda era possível colocar algumas dificuldades na recepção, através de serviços curtos e cortados. Mas com Carlos Cagica a receita não dava resultado. Se Jorge Roxo servia para Cagica, era certo e sabido que a bola era devolvida com tanto spin que Luís Graça se fartou de efectuar “smashes” na atmosfera, com a bola a ganhar ainda mais efeito e a fugir da mesa no último momento. E isto aconteceu umas 8 ou 9 vezes!
Quando tentou blocar, Luís Graça deixou a bola na rede ou ela saiu demasiado longa. E a grande descoberta da “soirée” (cortar a bola com a borracha Tackifire) só apareceu perto do final da noite, em três ou quatro pontos em que Carlos Cagica smashou para fora bolas que pareciam fáceis e tinham sido cortadas pela borracha negra.

Na jornada anterior, na segunda-feira, apenas um encontro, frente a Renato Ginja/José Carlos Pires(esquerdino), dois homens muito experientes na modalidade. Vitória normal dos adversários por 3-0 (11-4, 11-8 e 11-9).
No entanto, depois de um péssimo primeiro set, a dupla Roxo/Graça respondeu com uma gradual subida de rendimento nos restantes. Esteve à frente no segundo e terceiro sets, com particular destaque no terceiro, em que desperdiçou as vantagens de 5-1 e 7-4. Ficámos com a sensação de que poderíamos ter feito mais.
Como nota de reportagem diga-se que Renato Ginja se preparava inadvertidamente para iniciar o encontro com a raqueta de Luís Graça, pousada do seu lado da mesa. E a sua raqueta, de picos anti-top (raquetas de defesa) é bem mais leve do que a de Luís Graça. Este episódio proporcionou alguns sorrisos antes do encontro se iniciar.

No que respeita a trocas, uma vez houve em que Janino Pereira saiu do pavilhão com os sapatos de Jorge Roxo. E na sexta-feira Luís Graça chegou a ter vestidas umas calças de bombazina que lhe estavam bem ajustadas. Só que eram verdes e não castanhas, como as que tinha levado!

E tirando os nossos amigos da Marconi, que gostam de regar bem os jantares antes do ténis de mesa, a malta nem bebe muito!

domingo, fevereiro 04, 2007

Era mais três, se faz favor, para a mesa do canto!









E sem tremoços! Foram mais três derrotas imperiais e sem qualquer tipo de discussão.
Primeiro, com dois pares da EDP, que bem nos fundiram no meio do maior obscurantismo técnico-táctico.
Começámos por Joaquim Simões e Eduardo Silva (5-11, 5-11 e 4-11). E alguns pontos conquistados por nós ainda deram a sensação de ter sido conseguidos em campanha de promoções por parte do adversário.
Impressiona a facilidade de ataque do par oponente. Podemos cortar os “serviços” que não adianta muito. O seu arsenal técnico permite-lhes imprimir top-spins de direita e de revés que nos deixavam “pregados” ao solo. Eu e o Roxo nem sequer olhavámos um para o outro. Para quê?





De maneira que o único bloco deste encontro foi aquele que eu tinha dentro da minha pasta, para tomar apontamentos do workshop de escrita teatral com José Sanchis Sinistierra, que estou a frequentar no D.Maria II. A D.Maria não tem podido comparecer. À noite, no entanto, o almeida Garrett costuma varrer as redondezas daquele que também é conhecido pelo nome de Teatro Nacional, devido ao patrocínio de uma conhecida marca de bolachas.

Seguiu-se o par Adélio Bastos e Luís Silva. A mesma história, mas com alguns contornos diferentes (3-11, 6-11, 3-11). Além das capacidades mesa-tenísticas, Adélio Bastos destaca-se também pela esmerada correcção que coloca no contacto com os adversários. José Caetano (Marconi) confodenciou-nos em pleno balneário que Adélio começa agora a integrar-se no espírito dos prazeres da “outra” mesa, nos duelos de patuscada que a Marconi vem desenvolvendo há largos anos.

Por fim, o encontro em que as nossas esperanças de vitória seriam de algum modo fundadas. O raciocínio baseava-se no grande equilíbrio nos encontros de Individuais entre Luís Graça, Jorge Roxo, Hugo Pinto e Miguel Barros (eles são da Siemens. A gente não).


Luís Graça foi duas vezes derrotado por Hugo Pinto (3-2), após encontros muito interessantes e equilibrados. Da primeira, esteve a ganhar por 2-0 e permitiu a recuperação do adversário. Da segunda aconteceu o contrário. Esteve a perder por 2-0, empatou a dois e perdeu a concentração na “negra”.

Luís Graça apenas uma vez defrontou Miguel Barros. Derrota por 3-2, após emocionante jogo, em Dezembro de 2004. Luís Graça chegou um pouco bêbedo ao Inatel, depois de uma tarde travestido de Dick Hard na livraria Assírio e Alvim do King Triplex. Prolongada sessão de autógrafos no livro “De boas erecções está o Inferno cheio”.
Luís Graça evita a cerveja, mas Dick Hard dá-lhe. Pelo que Luís Graça foi obrigado a beber quatro Guiness e a fumar vários charutos.
Quando jogou com Miguel Barros já estava bastante sóbrio. O pior é que o jogo do adversário é igualmente sólido e sóbrio. Mesmo assim, Luís Graça conseguiu o mais difícil. Recuperou de 0-2 para 2-2, com duas vitórias pelo mesmo parcial (11-7). E quando deveria aproveitar a natural vantagem psicológica de ter virado o jogo...perdeu a “negra”.

Enquanto esperava para efectuar os seus jogos, Miguel Barros dedicava-se à leitura de um livro “pequenino”: “A mãe”, de Gorki. Estava tão embrenhado na leitura que quase ia levando com alguns “smashes” meus no toutiço. Quem manda ir ler Gorki para a cabeceira?

Quanto a Jorge Roxo, perde e ganha com Hugo Pinto. Na fase final do campeonato distrital individual, foi Hugo Pinto que terminou a carreira de Jorge Roxo na prova, na segunda ronda, com vitória por 3-1. Hugo Pinto concluiu o campeonato na 6ª posição, remetendo Jorge Roxo para o 14º.

Todo este equilíbrio não se projectou no encontro de Pares. A diferença é bastante grande, pese embora algumas fases de certo equilíbrio. O segundo “set” foi o único em que as coisas poderiam ter tomado outro rumo.


Hugo Pinto esteve algo irregular (fez mesmo alguns serviços directos para fora) e foi mais permeável aos serviços de Luís Graça, que nesta noite também não falhou nenhum e voltou a conseguir alguns pontos directos. Sem nada a perder já no final da jornada, ensaiou mesmo um serviço à “chinês”, lançando a bola muito alto, cortando depois com a borracha Tackifire e provocando um arco considerável e muito liftado. Hugo Pinto recebeu a bola muito alta e o ponto acabou por ir parar ao adversário na sequência da troca de bolas. Mas foi bonito.

Também bonito foi mais um mergulho de Luís Graça à voleibolista (uma imagem de marca). Desta feita, Jorge Roxo impediu Luís Graça de brilhar, pois resolveu tocar na bola pela segunda vez consecutiva, perdendo de imediato o ponto. Esteve mal, pois eu já me encontrava em pleno voo, com licença da torre de controlo, em perfeitas condições de tocar a bola.

Hugo Pinto reconheceu com “fair-play” mais um momento de circo.

Depois foi só recolher aos balneários e trocar meia-dúzia de piadas com os outros participantes. E agora está na hora de ir escrever um bocado para o workshop do Sinistierra.

E posso dizer que durante o intervalo do workshop limpei mesmo a minha raqueta com a espuma de barbear Gibbs. O que deixou banzados os meus camaradas dramaturgos.

ATENÇÃO! ESTOU NO GOZO!











(Sei lá se começam a limpar as raquetas com Gibbs. O meu produto é da marca japonesa Butterly — em português Manteiga Voadora — modelo 165. Butterfly Tamasu Tokyo Made in Japan. Diz em baixo do frasco. Parece mesmo creme de barbear...)

PSSST : aqui só entre nós, mesmo só entre nós, camarada leitor, ainda temos esperança de ganhar uns jogos antes que o campeonato acabe. São questões de fé. Não se discutem.

“Capotes” deram bastante jeito, obrigado!

A Oeste nada de novo, senhores leitores. Luís Graça e Jorge Roxo continuam a sua entusiasmante saga de (in)sucessos. Mais uma jornada, mais uma viagem.
E se até nevou em Lisboa, imaginem como estava a temperatura ambiente do pavilhão do Inatel na noite de 29 de Janeiro de 2007. Fresquito!...
Por isso mesmo, queríamos agradecer aos adversários que ao longo da noite nos foram presenteando amavelmente com alguns “capotes”. Nada melhor do que uns “capotes” para aquecer a alma.

Com o frio, uma simples bola proveniente de um “smash” pode mesmo aleijar, se bater num dedo. Claro que não é dor que dure mais de cinco segundos, mas nesses cinco segundos dá para dizer umas asneiras.
Por isso, os balneários cheiravam mais a linimentos e pomadas do que nos outros dias. Luís Graça, pomado-dependente, este ano nem tem posto o seu querido Flameril Gel. Por uma questão de preguiça.





















Obviamente, alguns mesa-tenistas apareceram no recinto vestidos com casacos e calças de fato de treino. Como também é óbvio, os árbitros incitaram-nos a um “strip-tease” regulamentar, para que pudessem actuar de “corpinho bem feito” (só camisinha e calções). Cumprindo os regulamentos à risca, nem no aquecimento os atletas podem estar de fatos de treino. Mas o bom senso e o diálogo devem imperar e a saúde está primeiro. Assim, vários pares actuaram de “vestidos de noite”, com a anuência dos adversários e dos árbitros.
Apesar disso, ainda houve alguns diálogos mais acalorados com a arbitragem, por causa do frio. Não se chegou aos insultos nem às vias de facto, por causa dos fatos. Mas as vozes elevaram-se um nadinha.

Com o frio, escusado será dizê-lo, é mais fácil uma pessoa lesionar-se. No meu caso, concretamente, posso afirmar que tenho algumas dores nos joelhos (principalmente no esquerdo), ainda que não sejam nada de preocupante. Resultado dos “sprints” laterais característicos dos jogos de Pares. Há muito mais travagens e pára-arranca do que num jogo de Singulares. Só não se gasta gasolina.
Jorge Roxo acusou uma pequena torção na região dorsal, após uma série de jogos consecutivos, o que impediu a nossa equipa de adiantar um encontro para a jornada seguinte.



Vamos então aos (tristes) factos.





















Primeiro jogo da noite frente à dupla Luís Esteves/Paulo Malva, dos Bombeiros Voluntários de Alverca.
A dupla Luís Graça/Jorge Roxo actuou desinibida, pois a diferença de nível é enorme. A derrota por 8-11, 8-11 e 3-11 mostra a clara superioridade adversária. O parcial que corresponde melhor à realidade é o de 3-11.
Luís Graça continuou a apostar em serviços muito agressivos, bola corrida em top-spin, para o fundo da mesa (falhou apenas um serviço na noite toda). Mas Luís Esteves não se deixou impressionar e muitos ataques vieram a seguir aos serviços de Luís Graça, deixando Jorge Roxo sem qualquer hipótese de blocar com êxito os “smashes” cruzados ou à linha de Luís Esteves.
Paulo Malva subiu de produção ao longo do jogo e no terceiro “set” o domínio dos alverquenses foi total.
Equilíbrio vincado existiu apenas até meio do primeiro “set”.

















Seguimos para bingo. Segundo encontro da noite.
Como a “floresta de ilusões” de Luís Graça e Jorge Roxo ainda não tinha ardido totalmente, foi com alguma esperança que se dirigiram para a mesa, a fim de defrontar a segunda equipa de “bombeiros”: Ricardo Cruz/Rui Vicente, acabadinhos de triunfar por 3-2 na mesa adjacente, após uma emocionante “negra”.
Afinal, Jorge Roxo triunfara sobre Rui Vicente no Distrital de Singulares(Vicente chegou às meias-finais) e Luís Graça perdeu apenas por 3-2 com Ricardo Cruz, depois de ter estado a vencer por 2 sets a 0 e 7-2 na “negra”, para acabar derrotado por 3-2.
Mas no ténis de mesa o todo não é igual à soma das partes.
Os serviços de Luís Graça causaram muitas dificuldades a Ricardo Cruz no encontro de Singulares, mas em Pares a história é totalmente diferente. O posicionamento dos adversários é diverso e não há necessidade de cobrir a mesa toda na altura da recepção ao serviço. Nem sequer é possível, para começar e acabar a conversa!..


O nosso par deu a luta possível e equilibrou as operações nos três “sets”, mas nas alturas decisivas faltou-nos sempre “um bocadinho” para levar a nau a bom porto.
Luís Graça foi completamente ineficiente no bloco e bastante permeável na recepção aos serviços (principalmente de Ricardo Cruz). Jorge Roxo esteve melhor nestes dois aspectos, mas mesmo assim não chegou. Notou-se, no entanto, clara melhoria no que toca aos ataques cruzados de revés, se pensarmos no que tinha acontecido na jornada anterior.
Derrota por 8-11, 6-11 e 7-11.

Mas nem tudo são más notícias. A terceira equipa dos “bombeiros” não teve a mínima hipótese de discutir o jogo com Luís Graça/Jorge Roxo. Não fizeram um único ponto. E Luís Graça/Jorge Roxo também não. Carlos Matos/Pedro Mendes desistiram do campeonato.
As derrotas serviram-nos de lição. Para a próxima deixamos as raquetas em casa e vamos para a mesa equipados de capacetes doirados muito bem areados e machadinhas bem afiadas.
Sempre queremos ver se o GD BV Alverca se atreve a ganhar...

Mudança de grupo. Como ainda só tínhamos três derrotas com as equipas do Caselas FC (ver um post anterior — ‘Caselas não deu goelas’), soube-nos bem jogar mais dois encontros com pares do Caselas.
Primeiro, Amadeu Afonso/José Moreira.
No que toca a Luís Graça, o historial competitivo diz-nos que nunca triunfou face a estes dois adversários nos Singulares. E se os encontros com José Moreira têm vindo a encurtar a distância pontual entre os dois atletas, o inverso acontece com Amadeu Afonso, que despacha Luís Gaça em três penadas.
Jorge Roxo bate-se de igual para igual com qualquer deles.





Este foi o nosso melhor jogo da noite e chegámos a ter a sensação de que a vitória era possível. Perdemos o primeiro “set” por 7-11, devido a alguns erros no final. Atingimos o nosso melhor nível competitivo nos dois “sets” seguintes, em que triunfámos pelo mesmo resultado: 11-9. A vencer por 2-1, não nos podíamos desconcentrar.
A meio do quarto “set” desconcentrámo-nos. E um parcial de 6-11 levou-nos para a “negra”. Em que fomos completamente arrasados, por 3-11. Passado o efeito da surpresa, o adversário subiu de nível e as respostas ao serviço de Amadeu Afonso foram factor determinante na vitória dos adversários.


Para terminar a noite, levámos mais três secos de Adelino Martins/Matos Chaves. E nem sequer nos valeu a amizade do Adelino e o facto de Matos Chaves ter chegado em cima da hora, iniciando o encontro tipo Chilly Willy: completamente frio.
Resultado curto e grosso: 4-11, 5-11, 3-11. Com a dupla adversária a jogar à vontade.
Adelino Martins possui borrachas anti-top e corta totalmente os efeitos de top-spin dos serviços. O que impediu Jorge Roxo de atacar. E se o nosso par apostava em meter a bola na mesa, as ágeis deslocações de Matos Chaves acabavam por concluir os pontos com potentes smashes de direita, muito bem colocados.
Ficámos convencidos. O futebol é assim mesmo.

O relógio caminhava para as 22 horas. Estávamos no pavilhão desde as 19. O Jorge com dores nas costas. Eu cheio de fome, pois viera directo de um workshop de teatro, com José Sanchez Sinistierra.
Curiosamente, até na cave do teatro D.Maria se falou de ténis de mesa. Falou o dramaturgo, referindo-se a diálogos tipo pingue-pongue: falas tu, falo eu, falas tu, falo eu.

Estava na hora de ir para o duche. O banho de ténis de mesa já tinha acabado.

Nos balneários, o prazer da mesa foi tema. Ouvi falar de “massada de cherne”, “o bacalhau estava muito bom, às vezes o cherne enjoa”, em lulas e outros petiscos. Falava-se de almoços, jantares e patuscadas. Combinava-se almoço para o dia seguinte.
Eu e o Jorge já tínhamos enfardado o suficiente e batemos em retirada.
E vamos ver se ele não me dá com a raqueta, depois destes exercícios de escrita.
É bem verdade que eu já fazia as crónicas dos nossos encontros nos campeonatos de Equipas, há uns dez anos. E o Jorge Roxo e o Carlos Domingues riam-se bastante. Mas nessa altura as crónicas não eram públicas...
Funcionavam em fotocópias e era tudo manuscrito.

Hoje o post é dedicado ao Carlos Domingues. Grande jogador e grande amigo. As responsabilidades da tripla paternidade e do trabalho afastaram-no do nosso convívio.
Temos saudades tuas, Carlos.
(Principalmente das vitórias que nos davas)