o prazer da mesa

Mini-localidade (não chega a ser um sítio na rede) dedicada ao ténis de mesa nas sua múltiplas vertentes. Divulgação altruísta e exibicionismo vão de um praticante do INATEL que também é jornalista.

domingo, janeiro 28, 2007

Caselas não deu goelas




As equipas do Caselas FC foram demasiado fortes para Luís Graça/Jorge Roxo, derrotados na 3ª jornada do Distrital de Pares do Inatel, sem apelo nem agravo, pelas duplas Fernando Carvalho/Rogério Dias, Romeu Cruz/Nelson Mourinho e José Kerque/Stefan Reitz.

Num pavilhão do Inatel com temperatura bastante baixa (os mesa-tenistas quase não transpiraram, apesar de se terem movimentado bastante),a frieza dos números diz quase tudo sobre o que se passou.

No primeiro encontro, Fernando Carvalho/Rogério Dias venceram pelos parciais de 11-6, 11-4 e 11-7. Seguiu-se o par Romeu Cruz/Nelson Mourinho, que triunfou por 11-8, 11-4, 11-13 e 11-9. Apesar de algum equilíbrio, notou-se que a dupla adversária concedeu algumas facilidades no “set” conquistado por Roxo/Graça. Finalmente, a jornada concluiu-se com o êxito de José Kerque/Stefan Reitz, por 11-5, 11-3 e 11-3.

Algumas trocas de bolas mais demoradas não foram o suficiente para esconder as limitações do par Roxo/Graça, habituado a competir em Pares apenas um dia por ano. Manifestamente pouco para defrontar Pares que levam muitos anos de ténis de mesa e são superiores em todos os aspectos.

Mesmo assim, saliente-se que Luís Graça apenas falhou um serviço em 10 sets disputados, tendo alcançado vários pontos logo após o seu serviço, alternando bolas em top spin mais directo (com a borracha Tackifire), com bolas de top spin mais liftadas (com a borracha Tackiness Drive). Efectuou ainda bastante serviços cortados, com a bola curta a sair da mesa.

Jorge Roxo sentiu bastante dificuldades para atacar bolas em pancada de revés, coisa que habitualmente faz com boas percentagens de êxito nos encontros de Singulares.

Luís Graça efectuou ainda vários “mergulhos” para o solo, na tentativa vã de ganhar pontos impossíveis. E foi mesmo em mergulho com direito a deslize prolongado pelo solo que o encontro se concluiu, levando Luís Esteves (BV Alverca) a tentar contratar Luís Graça como guarda-redes.


Campeonato Distrital de Pares do INATEL

Jorge Roxo e Luís Graça
vencem primeiro jogo



Algum dia tinha de ser, após anos de aturados esforços. A dupla de mesa-tenistas Individuais Jorge Roxo (14º classificado no Distrital de 3ª Categorias do Inatel, Singulares) e Luís Graça (26º) derrotou uma dupla do Santander/Totta no primeiro encontro de Pares da temporada.
A vitória sobre Janino Pereira (18º em Singulares) e Manuel Espírito Santo Alves ocorreu pelos parciais de 11-9, 11-6 e 11-4. O encontro disputou-se no pavilhão principal do Estádio 1º de Maio, em Lisboa.

Até esta época o Campeonato de Pares disputava-se de tarde, sob a forma de um torneio, com eliminação à 2ª derrota, que o par Luís Graça/Jorge Roxo fazia questão de alcançar o mais cedo possível, para encontrar os balneários vazios e assim fugir à “hora de ponta” dos duches.

Esta temporada os moldes são diferentes, pelo que Luís Graça/Jorge Roxo serão potencialmente obsequiados com muito mais derrotas. A pauta competitiva está dividida em grupos de três equipas, que defrontam os restantes grupos na primeira fase. Como o terceiro par do grupo desistiu, é seguro afirmar que Luís Graça/Jorge Roxo triunfaram em dois encontros na primeira jornada nocturna.



Quanto ao encontro propriamente dito, a chave da vitória estava na capacidade de evitar a pancada de revés de Janino Pereira, um mesa-tenista que se sagrou uma vez campeão do Inatel em Singulares (2ª categorias) e prima pela regularidade.
No primeiro “set”, Graça/Roxo iniciaram o jogo da pior forma, chegando rapidamente ao 1-5. Apesar disso, embora não tenham trocado impressões sobre a forma como estava a decorrer a contenda (nem tendo recorrido a um pedido de desconto de tempo), conseguiram recuperar paulatinamente da desvantagem e chegaram ao 11-9. Os dois “sets” seguintes foram mais fáceis.

Como nota de reportagem, saliente-se a curiosidade de Manuel Espírito Santo jogar no Santander/Totta, o que prova que as movimentações entre bancos se processam de forma muito rápida.



Por último, um agradecimento ao nosso amigo Gastão Travado, que teve a paciência de imortalizar em imagens e vídeos o encontro de Pares e o treino de Luís Graça e Jorge Roxo.
Não se sabe bem, mas parece que o treino terminou com um resultado favorável a Jorge Roxo por 6-5, em “sets” bem suadinhos.
No último jogo de Singulares entre Jorge Roxo e Luís Graça, a abrir o ano desportivo, a vitória sorriu a Jorge Roxo por 3-0.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Adelino Martins carimbou título




Adelino Martins (CTT) foi o grande vencedor do Distrital de III Categorias do Inatel, ao bater Adelino Marques (3-1) na final do campeonato, disputada no dia 6 de Janeiro no Pavilhão do Inatel, em Lisboa.
O vencedor cumpriu um percurso imaculado, pois triunfou em todos os encontros do seu grupo, que se jogaram no Centro de Formação da Associação de Ténis de Mesa de Lisboa, na Av.Ceuta.
Após 13 vitórias (uma não contabilizada, pois o adversário foi eliminado por faltas de comparência), Adelino Martins era um dos favoritos para a segunda fase do campeonato, desta vez disputada em formato de torneio com eliminação à primeira derrota, num quadro de 32 atletas, oito apurados de cada um dos quatro grupos de qualificação.
Este vosso escriba terminou a primeira fase com 6 vitórias e 6 derrotas e qualificou-se para o torneio final no 6º posto do seu grupo.
Defrontou José Caetano (Marconi) e foi derrotado por 11-6, 8-11, 3-11 e 12-14, tendo desperdiçado três set-points no derradeiro set, em que recuperou de 1-5 para 9-7.
A contenda (arbitrada por Mira Gomes, um velho amigo dos tempos do voleibol da Faculdade de Direito, na III Divisão Nacional e II Regional) terminou com um grande abraço entre os dois competidores.
E pode-se mesmo dizer que a equipa da Marconi retira um duplo prazer da mesa: a dos encontros de ténis de mesa para competir, a mesa dos restaurantes e tasquinhas para conviver.
Uma coisa é certa: Luís Graça fugiu ao último lugar da tabela.
O grupo de qualificação do escriba esteve bem representado no torneio final. Adelino Martins venceu, Rui Gonçalves foi terceiro e Rui Vicente quarto.
Segue-se objectivo idêntico no campeonato de Pares, em que actuará uma vez mais ao lado do seu grande amigo Jorge Roxo, ambos com o estatuto de Individuais.

Cabe deixar aqui um agradecimento público a todos quantos se esforçaram para a realização do campeonato, mormente no que toca à conquista de um espaço de jogo, devido às recentes dificuldades em utilizar as instalações do Parque de Jogos 1º de Maio.

E um particular agradecimento a Carlos Coelho (Departamento Desportivo do Inatel), verdadeiramente inexcedível a "estragar com mimos" os praticantes, de há anos a esta parte.

Ao contrário de José Mourinho, eu estou no Inatel com outros objectivos: "Se não fosse para participar...".
Mas gosto de ganhar, nada de confusões...

Ficha do encontro




Jogo: Sala do Pavilhão Multiusos do Alvaláxia XXI, em Lisboa.
Temperatura ambiente: entre 25 graus iniciais e cerca de 30 a partir da meia-hora de jogo.
Equipa de arbitragem: Federico Lineros, representante da ITTF, Federação Internacional de Ténis de Mesa, e José Rodriguez (Espanha, dupla principal), Luís Sequeira e Júlio Paulo Nepomuceno (Portugal).
Assistência: cerca de 300 pessoas. Lotação esgotada, com instalação de bancadas adicionais.
Treinador de Portugal: Ricardo Faria; Treinador de França: Jean-Claude Ducruet.
Parciais: João Pedro Monteiro, 3 – Damien Eloi, 2: 11-9, (5 minutos); 7-11, (4m), 11-5 (4m), 6-11 (4m) e 11-4 (6m); , Marcos Freitas, 1 – Patrick Chila, 3: 6-11, (6m), 12-10 (9m); 5-11 (6m), 8-11 (11m); Tiago Apolónia – Emmanuel Lebesson, 1-3: 9-11 (6m), 8-11 (6m), 11-9 (9m), 10-12 (11m); João Pedro Monteiro – Patrick Chila, 0-3: 3-11 (3m), 5-11 (5m), 9-11 (9m).

No calor da noite




O ambiente que se viveu na sala de Alvalade foi perfeitamente “infernal”, com temperaturas elevadas (próximas dos 30 graus) e bastante humidade, embora a aderência dos sapatos de ténis ao piso fosse boa.
Nas bancadas, perto de 300 espectadores, na esmagadora maioria directamente ligados ao ténis de mesa. Antigos jogadores “leoninos” como Pedro Miguel, praticantes do Inatel, jogadores do maior campeonato português, dirigentes da Federação Portuguesa de Ténis de Mesa e da Associação de Ténis de Mesa de Lisboa, entidades organizadoras da competição.
Os dirigentes optaram por uma sala pequena em detrimento de um pavilhão, na tentativa de criar um ambiente de intensa pressão para o seleccionado gaulês. O que foi conseguido, diga-se, com um apoio entusiasta e sempre muito correcto. Houve ruído, mas sempre entre os pontos. Não se ouviram insultos ao adversário, que no final teve mesmo direito a uma merecida salva de palmas.
Fernando Gomes, director-técnico nacional, explicou que “era difícil encontrar nesta altura um pavilhão com uma temperatura mínima de 16 graus, condição obrigatória, por isso optámos por esta sala”.

Fernando Gomes: “Excelente prestação”

“Lutámos bem e tivemos uma excelente prestação, mas não chegou para derrotar esta magnífica equipa francesa. De qualquer forma, acredito que não vamos desperdiçar a oportunidade de que ainda disporemos frente à Itália. Convém não esquecer que os franceses actuaram com os 13º e 17º jogadores do ranking europeu”, disse o director-técnico nacional, Fernando Gomes, ao repórter do “Diário Desportivo”.
Por seu turno, o treinador francês, Jean-Claude Decret, salientou a qualidade de Portugal: “Estes jovens são muito promissores e tivemos de actuar ao nosso melhor nível para vencermos. Eu disse aos meus jogadores que era importante não estar a pensar nos critérios de desempate e vencer apenas dois jogos. Viemos para ganhar o encontro. Quanto ao Europeu de Belgrado, tudo pode acontecer com a França, mas depende do sorteio, já que a competição se inicia com uns oitavos-de-final. Triunfando, podemos chegar às medalhas. Perdendo, teremos de nos contentar com a disputa dos lugares entre o 9º e o 16º, não é?”.
João Pedro Monteiro e Tiago Apolónia estavam algo abatidos no final do encontro, como é natural, mas muito serenos e de consciência tranquila.
“A vitória no jogo com o Eloi motivou-me bastante, mas os franceses têm dois jogadores do Top-40 mundial. Há que levantar a cabeça e começar a trabalhar já para o encontro com a Itália. No campeonato alemão fui bastante bem recebido e a língua alemã não se constitui como uma barreira na equipa, pois todos falamos inglês”, confessou João Pedro Monteiro, rodeado pela família (pai, mãe e irmão mais novo, também jogador).
Quanto a Tiago Apolónia, não encontrava explicação para ter deixado fugir as confortáveis vantagens pontuais de que dispôs:
“Nem sei bem como explicar. Acho que não teve a ver com questões tácticas. Penso que a vitória no primeiro “set” seria muito importante, para me deixar menos pressionado no resto do jogo. Mas acho que estou a jogar melhor do que na primeira ‘mão’, em França, apesar de lá ter vencido o tri-campeão francês. Sinto que evoluímos. Quanto à minha estada na Alemanha, estou satisfeito. Até agora ainda não tive problemas em obter dispensas para poder actuar pela selecção portuguesa”.

Doce de Chila com travo de "amarguinha"




2ª “mão” das meias-finais de acesso à I Divisão Europeia Masculina

Portugal, 1 França, 3

A selecção portuguesa sénior masculina de ténis de mesa perdeu com a França, por 1-3, no encontro da 2ª “mão” das meias-finais de acesso à I Divisão Europeia Masculina, disputado terça-feira à noite na sala do Pavilhão Multiusos do Complexo Alvaláxia XXI, em Lisboa, onde o Sporting recebe os seus adversários. Esta derrota não impede o conjunto luso de estar presente no Europeu da Sérvia, em Belgrado, entre 25 de Março e 1 de Abril. “Basta” ganhar à Itália na última oportunidade de chegar a este grande certame mesa-tenístico. Primeiro, recepção aos transalpinos em Portugal (local a designar, a 6 de Fevereiro), seguida de deslocação à mesa dos oponentes(a 13 do próximo mês), que venceram a Holanda por 3-2, em Itália, o que não chegou para a qualificação directa, face ao resultado da primeira “mão” na Holanda.

João Pedro começa da melhor forma

O encontro começou da melhor forma para Portugal, com João Pedro Monteiro (recente número 118 do ranking mundial,que actua no clube alemão Ochenhausen) a levar de vencida o gaulês Damien Eloi (nº 33 do mesmo ranking) por 3-2, com expressivo 11-4 na “negra”, após cerca de meia-hora de enorme emoção.
Actuando na mesa do clube onde adquiriu projecção, o jovem esquerdino entrou de forma explosiva no quinto “set”, trocando de extremos na mesa (o que acontece na partida decisiva, a “negra”) a vencer por 5-0, uma vantagem moralizadora.
O português teve no serviço e no top-spin de direita, cruzado, para o fundo da mesa, duas das suas principais armas frente a um atleta que não actuou no encontro da primeira “mão”, mas cuja experiência foi considerada uma mais-valia pelo treinador francês, Jean-Claude Decret. Eloi bem tentou, mas não conseguiu “pôr na mesa” todo o seu potencial ofensivo, por inteiro mérito do português.


O segundo elemento gaulês a entrar em jogo foi o veterano Patrick Chila (37 anos, 35º do ranking mundial, multi-medalhado em Singulares e Pares nas principais competições internacionais, tendo atingido o 15º posto do ranking mundial em 1999).
Patrick já tinha sido perfeitamente decisivo no jogo da primeira “mão”, com duas vitórias, repetindo a dose em Lisboa, com êxitos sobre Marcos Freitas (3-1) e João Pedro Monteiro (3-0). E se o actual atleta do Cérgy-Pontoise (após mais de uma década a actuar em clubes de topo como o Levalois e o conjunto belga do Charleroi) ainda se irritou com a belíssima réplica do madeirense Marcos Freitas (que joga pelos germânicos do Julich, localidade próxima de Colónia), não deu qualquer tipo de hipótese a João Pedro Monteiro, sem soluções para a maior maturidade de Patrick, apesar de exibir alguns quilos a mais para um mesa-tenista de Alta Competição.
Marcos Freitas ainda conseguiu empatar a sua partida a um “set”, após um suado 12-10, mas o seu óptimo bloco e a magnífica capacidade defensiva não deram para mais. A experiência e o talento de Chila revelaram-se demasiado fortes.

Tiago prometeu muito

A derrota portuguesa começou a definir-se no terceiro jogo da noite, em que Tiago Apolónia (183 mundial, a representar os teutónicos do Saarbrucken) não conseguiu aproveitar o balanço da vitória de João Pedro Monteiro no primeiro jogo.
O ex-estrelista (actuou desde muito jovem no Estrela da Amadora), que é um atleta sereno e cerebral, desperdiçou significativas vantagens em dois dos três “sets” em que foi derrotado por um jovem “foguetão” francês, Emmanuel Lebesson, com um ranking algo “enganador” (246).
Comandou por 7-3 no primeiro “set” e perdeu por 11-9; esteve a liderar por 4-1 e 5-2 no segundo “set” e cedeu por 11-8; adiantou-se por 7-3 no terceiro “set” e permitiu a reviravolta por 7-8, antes de triunfar por 11-9, vencendo os derradeiros dois pontos nos jogos de serviço do francês, um esquerdino totalmente de ataque. No quarto “set” a sorte não esteve com o português, que foi derrotado às diferenças, por 12-10.
No último parcial da noite, cedo se percebeu que só muito dificilmente João Pedro Monteiro “trocaria as voltas” a um Patrick Chila repousado e moralizado (houve uma pausa não prevista acordada entre as duas equipas, para obviar ao intenso calor da sala e poder desanuviar a atmosfera).

Os dois primeiros parciais (11-3, em 3 minutos de jogo, e 11-5) dizem quase tudo. A fabulosa recuperação no terceiro “set”, de 1-5 para 9-9, foi um fogo-de-artifício virtual. Uma bola de imensa sorte de Chila deu-lhe o direito a fechar o encontro no primeiro “match-point” de que dispôs, no serviço de João Pedro.
No final de cerca de duas horas e meia de encontro (iniciado às 20h40m e terminado às 23h10m), a festa não foi só gaulesa. Triunfou a modalidade; triunfou a assistência, privilegiada por assistir a um encontro deste nível, numa “gala” histórica para o ténis de mesa português.

Luís Graça