o prazer da mesa

Mini-localidade (não chega a ser um sítio na rede) dedicada ao ténis de mesa nas sua múltiplas vertentes. Divulgação altruísta e exibicionismo vão de um praticante do INATEL que também é jornalista.

domingo, julho 08, 2007

LOS HERMANOS FOLLADORES


A equipa de voleibol de "nuestros hermanos" fornicou as ambições da selecção portuguesa e triunfou na final da Final Four da Liga Europeia de Voleibol, disputada ontem ao final da tarde nas belas instalações do Arena de Portimão, pelos parciais de 21-25, 25-18, 25-22, 19-25 e 20-18, após um encontro muito emocionante e tecnicamente bem disputado, de parte a parte, embora com momentos de menor acerto por ambas as formações.

Portugal começou muito bem, cheio de confiança e, com um serviço agressivo, criou dificuldades de vária ordem ao excelente distribuidor do conjunto espanhol, Miguel Falasca, que se "travestiu" de Niguel Maia em muitas ocasiões, conseguindo pontos de belo efeito ao segundo toque, deixando os adversários "pregados" ao solo. Ainda assim, quem ganhou o troféu de
melhor distribuidor do torneio foi Masny, da Eslováquia.

Depois de um 25-21 em 24 minutos, poder-se-ia pensar que o conjunto português (bem apoiado por cerca de 1200 pessoas, incluindo uma claque especial de apoio a André Lopes --- as jovens do Sena Clube de Seia, terra de origem do jogador benfiquista, cujo treinador actual das meninas foi também seu treinador) poderia embalar para a vitória na final.

Mas a coesão de Espanha não o permitiu. Até aos 10-11 o encontro decorreu equlibrado, mas uma quebra lusitana de 10-11 para 11-15 e 14-20 já não deixou que Portugal alcançasse uma moralizadora vitória no segundo set. Os espanhóis subiram de rendimento no bloco e Hugo Gaspar tinha cada vez mais dificuldades em impor o seu jogo. Apesar disso, foi ainda considerado o melhor rematador da competição, troféu recebido por João José, por motivos...de desânimo de Hugo, que, tal como Eusébio no Mundial de 1966, não conseguiu conter as lágrimas e estava em momentos de algum recolhimento quando o prémio foi anunciado aos altifalantes do Arena. Quando entrou em campo, perguntou mesmo a João José em que qualidade tinha sido distinguido.

Após a vitória por concludentes 25-18 no segundo set, a Espanha aumentou os níveis de confiança e a meio do terceiro set ganhou vantagem que parecia decisiva: 13-8 e 18-13. De um momento paar o outro, a "raça" portuguesa conseguiu ainda fazer acreditar que o set não estava perdido, ao chegar até 20-21, depois de um "super-chouriço" de João José. Parecia que a sorte
estava do lado de Portugal, para além da garra. Mas um bloco português que foi para fora por pouco e um ás de Guillermo Falasca (considerado o melhor jogador do torneio e igualmente o melhor pontuador) colocou o marcador em 23-20 para os espanhóis. E o set terminou com um serviço para fora de Nuno Pinheiro (25-21).

No quarto set, a Espanha teve uma quebra de todo inesperada, Hugo Gaspar subiu de rendimento, Eden Sequeira conquistou pontos importantes no centro da rede, Flávio disparou alguns poderosos remates e o marcador passou de 10-10 para uns inesperados 20-13, com os espanhóis perturbados, perdendo-se em algumas discussões com a arbitragem. Na parte final do set ainda chegaram até aos 19-21, mas foi só o susto para Portugal, que venceu por 25-21.

Na "negra", a equipa portuguesa começou melhor (3-1) e trocou de extremos a vencer por 8-7. O encontro foi extremamente equilibrado e nervoso e a equipa lusitana evitou o match-point aos 13-14, 14-15, 15-16, 16-17 e 17-18. Aos 18-18, Hugo Gaspar desconcentrou-se e pisou a linha de serviço na pior altura, dando o decisivo match-point aos espanhóis, que obtiveram a vitória
com um bloco vitorioso.

A festa era espanhola e a assistência portuguesa abandonou ordeiramente o recinto, mas já não teve coragem de ficar a assistir à celabração de "nuestros hermanos", que cantavam "Campeones, campeones, campeones" e saltavam em círculos dentro do recinto. Depois, no pódio, tiveram direito ao celebradíssimo tema dos "Queen" (We ate de the Champions) e a confetti.

Não era para menos. Era o primeiro grande título do conjunto espanhol, que deixou pelo caminho, nesta Liga Europeia, as favoritas formações da Alemanha e da Holanda, sem menosprezar a jovem formação da Bélgica, como adiantou o treiandor de Espanha na Conferência de Imprensa final, tecendo rasgados elogios aos progressos dos portugueses e ao trabalho de Jorge Schmidt.

Se a festa do título não foi portuguesa, a simples realização do evento em Portugal é motivo de satisfação, para mais num palco com todas as condições para grandes espectáculos desportivos.

E agora venha de lá o Salão Erótico, de 24 a 26 de Agosto. Isto para mim foi só estágio no local, apesar de ter jogado voleibol...na III Divisão Nacional.