o prazer da mesa

Mini-localidade (não chega a ser um sítio na rede) dedicada ao ténis de mesa nas sua múltiplas vertentes. Divulgação altruísta e exibicionismo vão de um praticante do INATEL que também é jornalista.

domingo, fevereiro 04, 2007

Era mais três, se faz favor, para a mesa do canto!









E sem tremoços! Foram mais três derrotas imperiais e sem qualquer tipo de discussão.
Primeiro, com dois pares da EDP, que bem nos fundiram no meio do maior obscurantismo técnico-táctico.
Começámos por Joaquim Simões e Eduardo Silva (5-11, 5-11 e 4-11). E alguns pontos conquistados por nós ainda deram a sensação de ter sido conseguidos em campanha de promoções por parte do adversário.
Impressiona a facilidade de ataque do par oponente. Podemos cortar os “serviços” que não adianta muito. O seu arsenal técnico permite-lhes imprimir top-spins de direita e de revés que nos deixavam “pregados” ao solo. Eu e o Roxo nem sequer olhavámos um para o outro. Para quê?





De maneira que o único bloco deste encontro foi aquele que eu tinha dentro da minha pasta, para tomar apontamentos do workshop de escrita teatral com José Sanchis Sinistierra, que estou a frequentar no D.Maria II. A D.Maria não tem podido comparecer. À noite, no entanto, o almeida Garrett costuma varrer as redondezas daquele que também é conhecido pelo nome de Teatro Nacional, devido ao patrocínio de uma conhecida marca de bolachas.

Seguiu-se o par Adélio Bastos e Luís Silva. A mesma história, mas com alguns contornos diferentes (3-11, 6-11, 3-11). Além das capacidades mesa-tenísticas, Adélio Bastos destaca-se também pela esmerada correcção que coloca no contacto com os adversários. José Caetano (Marconi) confodenciou-nos em pleno balneário que Adélio começa agora a integrar-se no espírito dos prazeres da “outra” mesa, nos duelos de patuscada que a Marconi vem desenvolvendo há largos anos.

Por fim, o encontro em que as nossas esperanças de vitória seriam de algum modo fundadas. O raciocínio baseava-se no grande equilíbrio nos encontros de Individuais entre Luís Graça, Jorge Roxo, Hugo Pinto e Miguel Barros (eles são da Siemens. A gente não).


Luís Graça foi duas vezes derrotado por Hugo Pinto (3-2), após encontros muito interessantes e equilibrados. Da primeira, esteve a ganhar por 2-0 e permitiu a recuperação do adversário. Da segunda aconteceu o contrário. Esteve a perder por 2-0, empatou a dois e perdeu a concentração na “negra”.

Luís Graça apenas uma vez defrontou Miguel Barros. Derrota por 3-2, após emocionante jogo, em Dezembro de 2004. Luís Graça chegou um pouco bêbedo ao Inatel, depois de uma tarde travestido de Dick Hard na livraria Assírio e Alvim do King Triplex. Prolongada sessão de autógrafos no livro “De boas erecções está o Inferno cheio”.
Luís Graça evita a cerveja, mas Dick Hard dá-lhe. Pelo que Luís Graça foi obrigado a beber quatro Guiness e a fumar vários charutos.
Quando jogou com Miguel Barros já estava bastante sóbrio. O pior é que o jogo do adversário é igualmente sólido e sóbrio. Mesmo assim, Luís Graça conseguiu o mais difícil. Recuperou de 0-2 para 2-2, com duas vitórias pelo mesmo parcial (11-7). E quando deveria aproveitar a natural vantagem psicológica de ter virado o jogo...perdeu a “negra”.

Enquanto esperava para efectuar os seus jogos, Miguel Barros dedicava-se à leitura de um livro “pequenino”: “A mãe”, de Gorki. Estava tão embrenhado na leitura que quase ia levando com alguns “smashes” meus no toutiço. Quem manda ir ler Gorki para a cabeceira?

Quanto a Jorge Roxo, perde e ganha com Hugo Pinto. Na fase final do campeonato distrital individual, foi Hugo Pinto que terminou a carreira de Jorge Roxo na prova, na segunda ronda, com vitória por 3-1. Hugo Pinto concluiu o campeonato na 6ª posição, remetendo Jorge Roxo para o 14º.

Todo este equilíbrio não se projectou no encontro de Pares. A diferença é bastante grande, pese embora algumas fases de certo equilíbrio. O segundo “set” foi o único em que as coisas poderiam ter tomado outro rumo.


Hugo Pinto esteve algo irregular (fez mesmo alguns serviços directos para fora) e foi mais permeável aos serviços de Luís Graça, que nesta noite também não falhou nenhum e voltou a conseguir alguns pontos directos. Sem nada a perder já no final da jornada, ensaiou mesmo um serviço à “chinês”, lançando a bola muito alto, cortando depois com a borracha Tackifire e provocando um arco considerável e muito liftado. Hugo Pinto recebeu a bola muito alta e o ponto acabou por ir parar ao adversário na sequência da troca de bolas. Mas foi bonito.

Também bonito foi mais um mergulho de Luís Graça à voleibolista (uma imagem de marca). Desta feita, Jorge Roxo impediu Luís Graça de brilhar, pois resolveu tocar na bola pela segunda vez consecutiva, perdendo de imediato o ponto. Esteve mal, pois eu já me encontrava em pleno voo, com licença da torre de controlo, em perfeitas condições de tocar a bola.

Hugo Pinto reconheceu com “fair-play” mais um momento de circo.

Depois foi só recolher aos balneários e trocar meia-dúzia de piadas com os outros participantes. E agora está na hora de ir escrever um bocado para o workshop do Sinistierra.

E posso dizer que durante o intervalo do workshop limpei mesmo a minha raqueta com a espuma de barbear Gibbs. O que deixou banzados os meus camaradas dramaturgos.

ATENÇÃO! ESTOU NO GOZO!











(Sei lá se começam a limpar as raquetas com Gibbs. O meu produto é da marca japonesa Butterly — em português Manteiga Voadora — modelo 165. Butterfly Tamasu Tokyo Made in Japan. Diz em baixo do frasco. Parece mesmo creme de barbear...)

PSSST : aqui só entre nós, mesmo só entre nós, camarada leitor, ainda temos esperança de ganhar uns jogos antes que o campeonato acabe. São questões de fé. Não se discutem.

6 Comments:

Blogger Maríita said...

O problema foi que o efeito das cervejas já ter passado, o álcool ajuda ao equilibrio dos seres humanos. Pensei que tu, a esta altura do campeonato, já saberias isso.

Onde é que posso arranjar o teu livro? Só no King?

Beijinhos

7:41 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

É que és bem capaz de ter razão. Devia ter levado mais umas Guiness para a mesa.

Quanto ao meu livro, houve uma série de confusões e é difícil de encontrar nas livrarias. O mais fácil é pedir ao Rui Brito, da editora Polvo.

O mail é: polvolivros@gmail.com.

Outro beijinho.

9:43 da tarde  
Blogger Maríita said...

Luís,

Vai ser muito difícil convencer-me a mandar um mail para polvolivros. Aliás, a mim e a qualquer espanhol, haja um mínimo de decência a que os livros obrigam está claro...

Beijinhos

11:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tens toda a razão.
Agora imagina o que é a Polvo ter ido ao Salão de BD de Orense e ter lá um stand.

Por outro lado, "polvo" também é pó. Ainda agora, no workshop, houve uma referência nesse sentido.
Mas claro que qualquer espanhol goza à brava com o nome da editora.

Com o Alvarez Rabo acontece a mesma coisa. É que rabo em espanhol não quer dizer rabo como em Portugal. É preciso dar uma volta de 180 graus para encontrar o local anatómico referido, no mais perfeito vernáculo.

Mais explicações só com os fundadores da Polvo, Rui Brito e Jorge Deodato. O nome que eles queriam era "Primata", mas não pôde ser. Depois mudaram para Polvo e fizeram uma colecção "Primata".

Antes disso fundámos a Associação Jogo de Imagens (também não fui tido nem achado no nome). E tivemos uma revista/fanzine chamada "Azul BD Três" e o nome foi inspirado num tema musical chamado "Azul Dietrich". Acho que era dos More República Maçónica.

Agora imagina-me a explicar este jogo de palavras na Suíça, no Salão de Sierre, ao pé de Sion, na confluência dos três cantões.

Depois, a "Azul BD Três" mudou de formato e ficou só "Azul". Ao todo a experiência durou 7 números. Como correu tudo muito bem, "saltou-se" para a editora.

Apesar de já não editar com a Polvo, ainda sinto muito a "camisola". A minha amizade com o Rui Brito (e depois o Jorge Deodato e o Pedro Brito, elementos essenciais da máquina) foi crescendo paralelamente a estes projectos.

Bem, parece que este blogue de ténis de mesa devia ser de Banda Desenhada. Mas para isso há muitos e bons.

Começando pelo blogue do "Papa" Geraldes Lino, a figura mais conhecida do panorama da BD portuguesa.

1:38 da manhã  
Blogger Maríita said...

As coisas que eu aprendo contigo!

Beijinhos

P.S. - Eu falo um bocadinho de espanhol ;)!

2:01 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Pois é.
Já vi que falas e escreves. Estive a ler o post sobre o Carlos Bueno e escrevi montes de linhas. O pior é que o computador bloqueou. Duas vezes. Vinte minutos a escrever para o boneco. Deu para falar à brava do Sporting, do andebol, do ténis de mesa, de uma data de coisas.

Depois desisti e fui tirar fotocópias aos textos do workshop.
Os gajos da loja saíram dez minutos mais cedo. O que me custou uma hora.
Fiquei na conversa com um segurança com quem me dou muito bem e depois uns putos que jogam rubby ficaram na palheta connosco, à espera que abrisse o "Photus".

Já não fui ver o Woody Allen.

O meu objectivo para amanhã (hoje) é divertir-me mais um bocado no campeonato do Inatel.

Porque o nosso Sporting levou 4-0 do Estrela da Amadora, em ténis de mesa. Hei-de fazer um post sobre isto, mas é preciso dar descanso à minha equipa técnica. São uns anjos. Dou-lhes montes de trabalho com as ideias para as montagens.

E aproveito para desejar a melhor sorte aos nosso miúdos, que hoje, segunda-feira, actuam frente à Itália, no pavilhão de Santo Tirso.

Fico de água na boca. Tipo criança a olhar para a montra dos brinquedos. Este não deu mesmo para ir ver.

Matei-me todo a tentar combinar uma boleia para terça-feira, data inicialmente prevista para o jogo.
Mas vir de Santo Tirso de madrugada para Lisboa era tarefa só ao alcance de alguns.

Problema resolvido: o jogo é já hoje e estou a jogar no Inatel.

E para que me não acusem de machismo, é óbvio que também desejo boa sorte às nossas meninas, que jogam em Ponta do Pargo.

Um destes links (agora não me recordo se o da Associação de Lisboa se da Federação) tem uns cartazes todos catitas a piscar, com os dois encontros das nossas selecções.

5:57 da manhã  

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