o prazer da mesa

Mini-localidade (não chega a ser um sítio na rede) dedicada ao ténis de mesa nas sua múltiplas vertentes. Divulgação altruísta e exibicionismo vão de um praticante do INATEL que também é jornalista.

domingo, julho 08, 2007

Faltam horas de voo



O técnico da selecção portuguesa, o brasileiro Jorge Schmidt, era um homem sereno no final do encontro e foi com toda a simpatia que compareceu na Conferência de Imprensa final:

"Estou triste por não ter podido corresponder à simpatia com que fomos acolhidos em Portimão, até para dedicar a vitória às crianças com quem estivemos. Nesse sentido, acho que falhámos. Mas temos de dar o mérito à Espanha e os parabéns ao seu treinador. Faltam horas de voo à equipa de Portugal. Permitam-me esta imagem. E polimento nos detalhes.

E difícil avaliar com frieza o jogo, nestes momentos. Estou feliz por ter jogado com a Espanha. E orgulhoso de Portugal. Lutou bravamente. A equipa entrou decidida. Tínhamos um plano táctico muito arriscado. E conseguimos um compromisso muito bom entre o risco e os resuiltados. É sempre uma eterna guerra do gato e do rato.

Agora temos de ver os vídeos e analisar os detalhes.

Vamos parar duas semanas. Até aqui treinámos intensamente, preparando o objectivo da final. Depois das duas semanas de paragem vamos realizar dez treinos. E depois vamos fazer jogos ao Brasil. No total desta fase de preparação serão 13 jogos em 15 dias. A ideia é já preparar a qualificação para os Jogos de Pequim, em Maio de 2008. Vou usar o grupo de trabalho normal, vou levar 15 jogadores. Não vou para fazer exercícios de quadra. Vou para competir".

O brasileiro revelou ser um óptimo conversador, denotou "fair-play" perante a derrota e uma apetência especial para conviver com a Comunicação Social, com quem pretende estreitar laços. Notou-se-lhe uma curiosidade em saber mais sobre os profissionais que acompanham o voleibol.

Quanto a Andrea Anastasi, elogiou a prestação da selecção portuguesa em termos que têm de deixar muito satisfeitos os responsáveis do corpo técnico nacional:

"Já sabia que o jogo ia ser muito duro e estava com receio de Portugal. Eles jogaram muitos jogos em bom nível. Sabem jogar voleibol. Evoluíram muitíssimo. Actuam com bolas rápidas. O distribuidor Pinheiro causou-nos muitas dificuldades. Mas nós temos 'ganas' na quadra. Defendemos muitas bolas. Foi um dos factores da vitória. Na 'negra', a diferença é marcada por uma bola de sorte ou de azar. Parabéns a Portugal e ao seu treinador".

O "capitão" da selecção portuguesa, João José, foi distinguido em pleno campo de jogo pelo presidente da autarquia portimonense (frequentador de outros recintos desportivos de Portimão, para além do Arena, alguns bem recentes), Manuel António da Luz, com um "souvenir" comemorativo, sendo acompanhado pelo presidente da Federação Portuguesa de Voleibol, Vicente Araújo.

E o "speaker" de serviço não se cansou de dizer que João José é "um filho de Portimão".

LOS HERMANOS FOLLADORES


A equipa de voleibol de "nuestros hermanos" fornicou as ambições da selecção portuguesa e triunfou na final da Final Four da Liga Europeia de Voleibol, disputada ontem ao final da tarde nas belas instalações do Arena de Portimão, pelos parciais de 21-25, 25-18, 25-22, 19-25 e 20-18, após um encontro muito emocionante e tecnicamente bem disputado, de parte a parte, embora com momentos de menor acerto por ambas as formações.

Portugal começou muito bem, cheio de confiança e, com um serviço agressivo, criou dificuldades de vária ordem ao excelente distribuidor do conjunto espanhol, Miguel Falasca, que se "travestiu" de Niguel Maia em muitas ocasiões, conseguindo pontos de belo efeito ao segundo toque, deixando os adversários "pregados" ao solo. Ainda assim, quem ganhou o troféu de
melhor distribuidor do torneio foi Masny, da Eslováquia.

Depois de um 25-21 em 24 minutos, poder-se-ia pensar que o conjunto português (bem apoiado por cerca de 1200 pessoas, incluindo uma claque especial de apoio a André Lopes --- as jovens do Sena Clube de Seia, terra de origem do jogador benfiquista, cujo treinador actual das meninas foi também seu treinador) poderia embalar para a vitória na final.

Mas a coesão de Espanha não o permitiu. Até aos 10-11 o encontro decorreu equlibrado, mas uma quebra lusitana de 10-11 para 11-15 e 14-20 já não deixou que Portugal alcançasse uma moralizadora vitória no segundo set. Os espanhóis subiram de rendimento no bloco e Hugo Gaspar tinha cada vez mais dificuldades em impor o seu jogo. Apesar disso, foi ainda considerado o melhor rematador da competição, troféu recebido por João José, por motivos...de desânimo de Hugo, que, tal como Eusébio no Mundial de 1966, não conseguiu conter as lágrimas e estava em momentos de algum recolhimento quando o prémio foi anunciado aos altifalantes do Arena. Quando entrou em campo, perguntou mesmo a João José em que qualidade tinha sido distinguido.

Após a vitória por concludentes 25-18 no segundo set, a Espanha aumentou os níveis de confiança e a meio do terceiro set ganhou vantagem que parecia decisiva: 13-8 e 18-13. De um momento paar o outro, a "raça" portuguesa conseguiu ainda fazer acreditar que o set não estava perdido, ao chegar até 20-21, depois de um "super-chouriço" de João José. Parecia que a sorte
estava do lado de Portugal, para além da garra. Mas um bloco português que foi para fora por pouco e um ás de Guillermo Falasca (considerado o melhor jogador do torneio e igualmente o melhor pontuador) colocou o marcador em 23-20 para os espanhóis. E o set terminou com um serviço para fora de Nuno Pinheiro (25-21).

No quarto set, a Espanha teve uma quebra de todo inesperada, Hugo Gaspar subiu de rendimento, Eden Sequeira conquistou pontos importantes no centro da rede, Flávio disparou alguns poderosos remates e o marcador passou de 10-10 para uns inesperados 20-13, com os espanhóis perturbados, perdendo-se em algumas discussões com a arbitragem. Na parte final do set ainda chegaram até aos 19-21, mas foi só o susto para Portugal, que venceu por 25-21.

Na "negra", a equipa portuguesa começou melhor (3-1) e trocou de extremos a vencer por 8-7. O encontro foi extremamente equilibrado e nervoso e a equipa lusitana evitou o match-point aos 13-14, 14-15, 15-16, 16-17 e 17-18. Aos 18-18, Hugo Gaspar desconcentrou-se e pisou a linha de serviço na pior altura, dando o decisivo match-point aos espanhóis, que obtiveram a vitória
com um bloco vitorioso.

A festa era espanhola e a assistência portuguesa abandonou ordeiramente o recinto, mas já não teve coragem de ficar a assistir à celabração de "nuestros hermanos", que cantavam "Campeones, campeones, campeones" e saltavam em círculos dentro do recinto. Depois, no pódio, tiveram direito ao celebradíssimo tema dos "Queen" (We ate de the Champions) e a confetti.

Não era para menos. Era o primeiro grande título do conjunto espanhol, que deixou pelo caminho, nesta Liga Europeia, as favoritas formações da Alemanha e da Holanda, sem menosprezar a jovem formação da Bélgica, como adiantou o treiandor de Espanha na Conferência de Imprensa final, tecendo rasgados elogios aos progressos dos portugueses e ao trabalho de Jorge Schmidt.

Se a festa do título não foi portuguesa, a simples realização do evento em Portugal é motivo de satisfação, para mais num palco com todas as condições para grandes espectáculos desportivos.

E agora venha de lá o Salão Erótico, de 24 a 26 de Agosto. Isto para mim foi só estágio no local, apesar de ter jogado voleibol...na III Divisão Nacional.

sábado, julho 07, 2007

JOÃO JOSÉ TEM MEDO DA MULHER


O capitão da selecção portuguesa de voleibol, João José, tem medo da mulher. Pelo menos não vai arriscar uma presença neste mesmo recinto do "Arena de Portimão" entre 24 e 26 de Agosto, quando aqui se realizar o primeiro Salão Erótico, com a mesma máquina organizativa do Salão de Barcelona e do Salão de Lisboa.

"A minha mulher matava-me, se eu comparecesse".

Estando presente em tudo o que é loja de Portimão através dos cartazes a divulgar a Final Four da competição, estando presente nas portas das carrinhas, estando presente nas capas das revistas oficiais da Federação Portuguesa de Voleibol, João José bem pdoeria ser o símbolo sexual de Portimão, da selecção portuguesa e do Salão Erótico.

Afinal, ele é o herói da terra e foi ontem homenageado em pleno pavilhão, recebendo das mãos de António Florêncio (CNID --- Clube dos Jornalistas de Desporto) e de Vicente Araújo (presidente da FPV) o troféu de "Atleta do Ano", atribuído pelo CNID. Não é todos os anos que isto acontece a um praticante de voleibol, num país "fanático" por futebol e que ainda tem uma relação de certo diletantismo em relação ao voleibol.

E o público presente no Arena de Portimão soube acarinhar o atleta. Quanto mais não fosse porque estavam presentes cerca de 20 familiares do atleta. "Também não tenho assim uma família tão numerosa aqui", confidenciou ao blogger do "Prazer da Mesa".

Nós assistimos aos dois primeiros sets do Portugal--Eslováquia mesmo à frente dos primos, que só se deslocaram à Madeira (onde João José actuou) para o casamento do atleta. E ainda não calhou irem à Alemanha assitir a um encontro. Mas isso faz parte dos planos da família, embora o membro mais novo (equipado com uma camisola vermelha com o número 8 estampado) estivesse mais preocupado em comer um gelado (apesar de ter lanchado) e confundisse a selecção da Eslováquia com o FC Porto, devido aos equipametos azuis. Mas o seu progenitor lá lhe ia explicando o que era o voleibol e lhe ia mostrando o primo em campo.

"De pequenino é que se torce o pepino". Quem sabe se não estaremos em presença de um grande campeão do futuro? O exemplo do primo João José não podia ser melhor.

Portugal e Espanha decidem Liga Europeia


As selecções de Portugal e Espanha vão decidir hoje, pelas 18h30m, no novíssimo equipamento "Arena" de Portimão, a atribuição do título europeu da Final Four da Liga Europeia de Voleibol, após terem afastado, respectivamente, a Eslováquia (3-1, com parciais de 25-21, 20-25, 25-21 e 25-23) e a Eslovénia (23-25, 25-22, 25-18 e 25-23).

Para a Federação Portuguesa de Voleibol, esta ida à final de uma grande competição recompensa a aposta na organização da Final Four numa zona do país em que a implantação da modalidade está longe de ser vasta. Isso mesmo destacou o técnico do conjunto português, o brasileiro Jorge Schmidt, que procura trabalhar o "astral" da selecção lusa.

"Toda a minha vida ganhei e perdi. No voleibol não há empates, por isso quero que os jogadores tenham alegria no jogo", afirmou na Conferência de Imprensa que se seguiu a uma emocionante partida.


Após um excelente início de encontro (vitória no primeiro set conseguida de forma convincente), Portugal baixou de rendimento e permitiu que a Eslováquia "reentrasse" no jogo, vencendo o segundo parcial.

A boa reacção da equipa portuguesa no terceiro set deixou a equipa à beira do êxito inédito de chegar à final de uma grande competição mundial. E tudo parecia encaminhar-se nesse sentido. Portugal estava a vencer por 8-5 quando se deu o "caso do jogo" e um acontecimento raro no voleibol.

A formação inicial de Portugal estava errada, mas o árbitro validou-a.
A mesa atrás do árbitro não se apercebeu do erro. O mesmo acontecendo com os representantes da CEV (Confederação Europeia de Violeibol). Foi mesmo a equipa técnica portuguesa que notou esta irregularidade e o capitão da selecção portuguesa sabia que era forçado a parar o jogo, para obviar a que depois de uma vitória no quarto set acontecesse o protesto da selecção eslovaca.

Segundo o presidente da Federação Portuguesa de Voleibol, Vicente Araújo, o que deveria ter acontecido era o recomeço do set com o marcador em 0-0.
O que aconteceu na realidade foi o recomeço da partida, após mais de dez minutos de paragem, com a alteração do resultado de 8-5 favorável a Portugal para 5-0 a favor do adversário.

Portugal reagiu muito bem a esta situação e recuperou para 5-6, mas depois permitiu diferenças de 11-14, 15-19 e 17-21, favoráveis aos forasteiros.
Quando tudo indicava que a ida à final se decidiria numa emocionanta negra", um belo volte-face dos portugueses permitiu que o marcador voluísse desta forma: 20-12, 20-22, 21-22, 21-23, 22-23, 23-23 (poderoso remate de Hugo Gaspar na grande diagonal, que pôs o pavilhão em delírio), 24-23 (bloco de Flávio a duas mãos, empurrando com ligeireza uma bola de ressalto) e 25-23 (serviço de João José e remate para fora do adversário).


Foi a grande festa de público, dirigentes e jogadores num palco digno e bem equipado para uma final europeia.

A partir de agora, que não se diga que um Portugal--Espanha numa grande final europeia é apanágio exclusivo do hóquei em patins.

Assim o público corresponda hoje em bom número no "Arena" de Portimão e estão reunidos todos os condimentos para um saboroso pitéu voleibolístico.